Em Pernambuco, fornecedores de cana já sentem os efeitos da seca
Do G1 PE - A estiagem que vem castigando o Sertão e o Agreste chegou à Zona da
Mata de Pernambuco. Os produtores de cana estimam uma perda de 48% na
produção. De acordo com o Sindicato do Açúcar e do Álcool (Sindacúçar), o
prejuízo pode chegar a R$ 300 milhões.A reportagem do NETV 2° Edição foi até uma usina no município de Lagoa
do Itaenga, na Mata Norte, para mostrar que, até em uma área irrigada, a
cana está se desenvolvendo em um ritmo menor que o esperado. Se a seca
não tivesse chegado a essa região, a planta estaria com um tamanho
maior.O fornecedor Ivanildo Alfredo da Silva disse que cortou a cana em
janeiro. Agora, em maio, os 20 hectares dele deveriam estar com a cana
bem mais crescida. Ele já sabe que vai ter prejuízo. "Não tem como
colher, vai ser perda total", disse.Em muitas plantações, a cana está queimada pelo sol. O vice-presidente
da Associação de Fornecedores de Cana de de Pernambuco, Paulo Guedes,
informou que o impacto da estiagem deverá afetar a próxima safra em toda
a Mata Norte. "As previsões para esses dois próximos meses, que fecham o
período de chuvas, não são boas. A gente estima uma queda na produção
em torno de 48%", falou.O presidente do Sindacúçar, Renato Cunha, que reúne os empresários do
setor, também está preocupado com o longo período sem chuvas. "A redução
no faturamento pode chegar a R$ 300 milhões. Esse é o número que
trabalhamos hoje. Em alguns municípios da Mata Sul e Norte, não vemos
tão pouca chuva assim há quase 70 anos", apontou.