Ana Laura Farias - Arthur Mota
O ambiente de trabalho também pode ser ideal para a realização
de exercícios a fim de possibilitar a qualidade de vida e integração dos
funcionários. Por meio da ginástica laboral, profissionais de educação
física podem melhorar a postura e prevenir lesões nos funcionários de
uma empresa.
O professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Haroldo Moraes
de Figueiredo explica que os benefícios podem ser divididos em dois
momentos: a curto e a médio prazo. A modificação mais imediata é que
envolve rotina do colaborador. Já a médio e longo prazo, é possível
perceber melhorias como redução de incômodos no corpo. “A atividade pode
servir para aliviar dores leves”, explica.
Já para casos mais graves, no entanto, é necessário ter cuidado
redobrado. É preciso que locais machucados sejam examinados por um
médico antes de serem submetidos a novos exercícios. “Em casos de LER
(lesões por esforço repetitivo) mais graves, é melhor que um
especialista observe o que está acontecendo na área, para evitar que se
agrave. Quando ocorre melhora, aí já é possível movimentar novamente a
área durante a ginástica laboral”, comenta Haroldo Figueiredo.
Os benefícios, no entanto, vão além da parte física. Outro aspecto que
recebe atenção na prática é o social, por meio da interação entre os
colaboradores. “Em muitos casos, a ginástica laboral reúne pessoas que,
em outras situações, mal se veriam, por trabalharem em áreas diferentes,
mesmo fazendo parte da mesma companhia”, analisa o educador físico.
A escolha dos exercícios deve ser feita de acordo com o perfil do grupo
de funcionários, segundo o professor. “Tudo deve ser feito de forma
personalizada, sob supervisão de um profissional”, explica. Para isso, é
necessário estudar as características do grupo, como idade,
condicionamento físico e atividades exercidas durante o trabalho. “É
preciso identificar os locais de trabalho do colaborador e perceber
quais os músculos que são utilizados durante a jornada”, acrescenta.
A ginástica laboral pode ser realizada em locais que envolvam atividades
que gerem tensão em quem as pratica, além do ambiente de trabalho.
“Além das empresas, é possível praticá-las em locais como escolas e
curso pré-vestibular. O professor Haroldo Moraes de Figueiredo é
organizador do livro “Discussões sobre Ginástica Laboral”, publicado
pela Editora Universitária da UFPE.
A educadora física Alessandra Borges passou de aluna a profissional da
área, mas nunca esqueceu dos benefícios da ginástica laboral. “O melhor
ganho é ter a chance de relaxar e evitar futuros problemas de saúde”.
Ela participava de aulas em um shopping center, no qual trabalhava,
quando ainda era estudante. Hoje, dá aulas em academias de ginástica na
Cidade, nas quais mantêm alguns princípios da ginástica laboral, como o
alongamento. “É uma forma de preparar o corpo para executar os
exercícios”, acrescenta.Folha de PE - 08/06/2012