As chuvas de verão, livres de fenômenos climáticos
que pudessem interrompê-las, como no começo do
ano passado, indicam bons níveis de produtividade
para os canaviais neste ano. Contudo, a base produtiva
encontra-se descapitalizada para investir em tratos
culturais e expansão de área, de acordo com
representantes do setor sucroalcooleiro.
De norte a sul, as adversidades do clima parecem ter
dado trégua às lavouras de cana-de-açúcar.
A Zona da Mata nordestina, correspondente a 10%
da produção nacional, aproveita o típico período
chuvoso da passagem entre anos, após ter sofrido
uma seca, na entressafra de março a agosto, que
levou um quarto da safra atual.
70% concluída, a colheita que deveria render
65 milhões de toneladas (algo inédito) deve concluir-se
com menos de 50 milhões, de acordo com estimativa
da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida).
“A seca é cíclica: a cada década, vem e dura um
ou dois anos”, diz o presidente da entidade,
Alexandre Andrade Lima, aliviado pelo retorno
das chuvas sazonais. “Se não chovesse, a próxima
safra seria pior ainda, porque não haveria como
aproveitar a soqueira [raízes que sobram na terra]“,
acrescenta, explicando que as águas de janeiro de
nada adiantam para a última safra, que já quebrou.
Com o prejuízo provocado pelo problema climático
e o baixo retorno da atividade na região, o produtor
nordestino está descapitalizado para investir no
canavial em 2013, ainda de acordo com Lima:
“Não haverá trato cultural e a área plantada diminuirá”.
Hoje, esse território é de 1,09 milhões de hectares
nos estados considerados pela Unida (Pernambuco e
Alagoas, que respondem por 80% da produção regional,
Paraíba e Rio Grande do Norte).
Fonte:Timbaúba Agora