III Edição do Forró na Chácara em Vicência!

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Chácara Dornelas - 04 de Maio - 22 horas!

domingo, abril 07, 2013

FPNC - Festival Pernambuco Nação cultural - realizou Encontro de Violeiros em Vicência


Hino Aguiar e Mocinha de Araçoiaba (Foto: Eric Gomes)
Por Maria Peixoto
Ontem (5/4), em frente ao Mercado das Artes, em Vicência, dois violeiros cantavam. Essa cena deve ser até bem corriqueira pra cidade, assim como para todo município do interior. A diferença é que os cantadores tinham destaque no palco armado pelo FPNC. Os senhores, todos de chapéu, que estavam na praça pararam pra olhar; os que passavam de moto e de bicicleta também. Assim como três professoras da cidade, que já sabiam da programação do festival e foram pra praça só pra prestigiar o evento. Dizia uma delas, a professora de história Nilzete Capitulino, 44, sobre o evento: “Tem que ter, pras pessoas não esquecerem da nossa cultura”.
A dupla de cantadores entoou primeiro em sextilha, depois partiram pro mourão perguntado, que era mais ou menos assim: um dizia um verso, o outro respondia e eles tinham que terminar a estrofe com a frase: “Isso é mourão perguntado, isso é responder mourão”. Então eles cantavam: “Meu gado, falta ração, tá tudo desmantelado. Isso é mourão perguntado, isso é responder mourão”. Um dos temas recorrentes puxados por Mocinha foi a afirmação da mulher, ela dizia que quer “Botar as mulheres lá em cima”, e brincava: “Eu num tenho que defender minha parte não, é?”.
Enquanto Mocinha de Araçoiaba e Hino Aguiar cantavam suas “saudades e a dor que o peito sente”, tinha também uma menininha de 8 anos filmando tudo. Era Sabrina, neta de dona Mocinha. Enquanto a avó, que começou no repente com 18 anos, cantava “Eu também vim mostrar que mulher tem conhecimento”, a neta aprendia. Depois que Dona Mocinha e Hino fizeram muitos improvisos falando da cultura pernambucana, do sofrimento da seca e do trabalhador rural, fui perguntar a dona Mocinha daquela menina atenta, sua neta. Ela disse “Ela é doida por maracatu e cantoria. Vai cantar também quando crescer”. A senhora vai ensinar?, perguntei. “Eu tenho 17 netos, num tem um que cante, isso num se ensina não, isso é um dom”.
Fundarpe