quinta-feira, junho 06, 2013

Leilão promoverá produção de etanol e açúcar no estado do Ceará

 
O estado cearense pode voltar a produzir etanol e açúcar em larga escala. Para isso, o governador Cid Gomes recebeu apoio da Assembleia Legislativa para comprar a Usina Manoel Costa Filho que vai a leilão na sexta-feira (7). A unidade, que fechou em 2005, foi responsável por 4% do PIB estadual e indutor de desenvolvimento socioeconômico do Cariri. A União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) foi convidada pelo governo para acompanhar o leilão, em Fortaleza. O órgão de classe teve importante participação no processo, iniciado há dois anos, e defende gestão da usina através de cooperativa de produtores locais.

A unidade, localizada em Barbalha, foi avaliada em R$ 25 milhões, mas o lance mínimo para a compra é de R$ 15 milhões. O evento acontece no Auditório da Agência Fortal da Caixa Econômica Federal, às 9h. Para Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida, que estará presente, a cadeia produtiva sucroenergética regional se fortalecerá com a iniciativa. “Com a usina de volta, centenas de produtores retomaram a produção e o progresso estadual”, conta. Porém, o dirigente defende um modelo de gestão da Usina que favoreça o arranjo produtivo da região do Carirí. Ele reivindica que ela seja gerida por uma cooperativa formada por antigos produtores de cana e atuais produtores de rapadura locais.

Unida – Há dois anos, a Unida iniciou um processo de convencimento das autoridades políticas do Ceará, com destaque ao governador Cid Gomes e ao secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Marthins, além de prefeitos da região do Carirí, sobre a viabilidade econômica da compra da Usina, que, até abril do ano passo, já possui dívida superior a R$ 126 milhões. Alexandre Lima foi várias vezes ao estado apresentar seu projeto onde mostrava que a venda da unidade por meio do leilão na Justiça do Trabalho, isentaria o comprador de todas as dívidas existentes. “Foi exatamente o que aconteceu”, comemora o dirigente.

A Unida também apresentou um projeto de viabilidade econômica e de funcionamento da usina. A proposta visava retomar a sua operação, a partir da participação da própria cadeia produtiva local, fomentando o desenvolvimento socioeconômico do Carirí. “O produtor de cana é quem produz a matéria prima, portanto, ele fica responsável pela gestão da unidade industrial, agregando valor à cana produzida por ele”, diz Lima.

Ele lembra que ao invés de vender a cana à usina, o produtor comercializaria o produto final (açúcar e etanol), agregando valor a matéria prima e consequentemente dando sustentabilidade econômica ao empreendimento. Esse modelo já acontece com êxito no Nordeste, através da Usina da Cooperativa Pindorama, em Alagoas. Neste sentido, para oportunizar o mesmo processo com a Usina Manoel Costa Filho, a Unida defendeu a compra da unidade industrial pelo governo estadual e, posteriormente, sua venda a uma cooperativa de produtores cearenses de cana, que pagaria o montante investido pelo poder público, na medida que a usina voltasse a funcionar.
Robério Coutinho 
Assessoria de Imprensa da Unida