quinta-feira, novembro 15, 2018

Fim dos “mais médicos” vai tirar de Pernambuco 414 profissionais cubanos

Foto - EBC
Por Inaldo Sampaio: A decisão do governo de Cuba de solicitar o retorno ao seu país dos 8.332 médicos que trabalham hoje no Brasil depois que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), questionou a qualificação técnica desses profissionais e o confisco da maior parte do salário que ganham vai privar Pernambuco de 414 profissionais. O “Mais Médicos” está presente hoje em mais de uma centena de municípios pernambucanos e, segundo o presidente da Amupe, José Patriota, presta uma grande serviço na assistência básica às populações de baixa renda. O Ministério da Saúde, em nota, informou ontem que adotará todas as medidas que se fizerem necessárias para os médicos cubanos sejam imediatamente substituídos. Bolsonaro, em sua conta no Twitter, voltou a fazer críticas sobre a saída de Cuba, unilateralmente, do programa “Mais Médicos”. Segundo ele, “atualmente, Cuba fica com a maior parte do salário dos médicos cubanos e restringe a liberdade desses profissionais e de seus familiares. Eles estão se retirando do ‘Mais Médicos’ por não aceitarem rever esta situação absurda, que viola direitos humanos. Lamentável!”, escreveu o presidente eleito. Nessa quarta-feira, 14, o Ministério da Saúde cubano anunciou rompimento do acordo do programa alegando que Havana não aceitou as condições pedidas pelo próximo governo: que os médicos cubanos fossem submetidos ao exame “Revalida” e ficassem integralmente com salário que o governo paga à OPAS (Organização Panamericana de Saúde). Hoje, o governo brasileiro repasse à OPAS por cada médico cubano que trabalha no Brasil cerca de R$ 11.300,00 mas eles só ficam com 30% desse valor. O restante é remetido à ilha pela OPAS.